quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O ser e o sentir do nada

Sem saber sobre que escrever
Escreverei sobre nada.
Aquele nada que preenche corações,
Um nada que tudo preenche.
E preenchidos de nada pensamos que
Sem fazer nada, tudo faremos,
Sem dizer nada, tudo diremos,
Sem sentir nada, tudo sentiremos...
Pois a vida é feita de muitas nadas,
Uma nada que preenche,
Nada que nos observa
Apanhando-nos desprevenidos,
Apodera-se de nós humanos vulneráveis,
Pois nada podemos fazer,
Nada podemos dizer,
Nada podemos sentir,
Enquanto dentro de nós for nada.
Libertaremos esse nada de nós,
Para ele se apoderar do corpo doutro.
Enviaremos as nossas fraquezas para outros.
Serão eles as vítimas do nada,
Do vazio...
Mas voltará tudo a nós,
Pois nada podemos fazer,
Enquanto nada fizermos,
O nada apoderar-se-á de nós.
Ficamos sem palavras,
Porque nada se passa na nossa cabeça.
Deixamos de sentir,
Porque nada está no nosso coração.
Pensam os humanos
Que tudo está ao seu alcance,
Que podem arranjar cura para tudo.
Mas o nada ainda habita em nós,
Mesmo que seja nas profundezas dos corações.
Os amantes, nada amam...
E os sensíveis, nada sentem...
Pois tudo não passa de uma ilusão
Iludidos pelo nada,
Deixamos de ver,
Deixamos de sentir,
Deixamos de agir...
Acreditam os humanos que são seres superiores
Sem nunca antes terem tentado ser outro ser
Porque nada é nada.
E nada é o ser comparado a saber ser.
Nada é o ser comparado a seres que sabem ser.
E ao ser humano o nada encolhe com medo.
Não do ser humano mas do ser,
Porque quem não sabe ser humano
E mesmo assim humano seja
Ficará condenado a uma vida de nada,
Com aquele nada que preenche tudo
Sem nada preencher.
Nada que corre.
Nada que voa.
Nada que persegue as suas vítimas,
Seres humanos que não sabem ser,
Porque nada apenas tem medo de ser,
De saber ser.
E nada terá uma vida que nada saiba.
Pois nada é tudo.
E mesmo o ser humano que sabe ser
Terá nada no coração,
Nada na cabeça,
Nada na alma.
Porque nada é o que nos faz agir,
Nada é o que nos faz amar,
Nada é o que nos faz sentir.
Ao tentar combater o nada agiremos,
Amaremos, sentiremos.
Até que o nada fique reduzido...
Para voltar ao ativo
Sempre que a desilusão preencha
O espaço por nada deixado.
E nada é mais forte que desilusão.
Então o nada voltará ao nosso coração.
E de repente volta a ignorância do ser.
E nada faremos, nada diremos, nada sentiremos.
Pois nada é nada e nada é tudo.
E sem nada, nada seríamos...


Inês Faria

Temo, Lídia, o Destino. Nada é Certo

Temo, Lídia, o destino. Nada é certo.
Em qualquer hora pode suceder-nos
O que nos tudo mude.

Fora do conhecido é estranho o passo
Que próprio damos. Graves numes guardam
As lindas do que é uso.

Não somos deuses; cegos, receemos,
E a parca dada vida anteponhamos
À novidade, abismo.

Ricardo Reis, in "Odes"
Heterónimo de Fernando Pessoa

Violência

Violência é um comportamento que causa dano a outra pessoa, ser vivo ou objecto. Nega-se autonomia, integridade física ou psicológica e mesmo a vida de outro. É o uso excessivo de força, além do necessário ou esperado. 
Cântico Negro


"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "Vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "Vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "Vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!


José Régio

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Para a Fátima

A Fátima é uma rapariga espetacular que se mudou e deixou a nossa escola...

Estamos a trabalhar para ti Fátima...saudadinhas

Ficha de Leitura

Título: Anjo Caído
Autor: Lauren Kate
Editor: Planeta
Local e Data: Lisboa, Outubro de 2010

As personagens que mais me marcaram foram a Arriane e a Pennyweather porque a Arriane era uma rapariga muito rebelde, mas mostrou que conseguia fazer as coisas com calma e ter atitudes corretas e a Pennyweather porque era a única pessoa que estava no reformatório sem ser mandada para lá por um psiquiatra e morreu por Luce sem saber exatamente o que se passava com a Luce, o Daniel, a Arriane, a Gabbe, a Molly, o Roland e o Cam.

A passagem que mais me marcou foi quando a Dona Sophia, a bibliotecária matou a Pennyweather e ia matar a Luce, mas não conseguiu porque o Daniel, a Gabbe e a Arriane a foram salvar. Também gostei da parte em que o Todd e a Luce estavam no meio do incêndio da biblioteca e a Luce viu as sombras e ao tentarem fugir da biblioteca tropeçaram numas escadas e separaram-se e a Luce desmaiou por causa do fumo e o Todd partiu o pescoço na queda e depois o Daniel foi buscar a Luce.

Comentário: Gostei muito do livro, é um livro que envolve mistério, fantasia e uma escola para pessoas com problemas mentais, uns matam pessoas em incêndios, outros cortam os pais às fatias... são mandados para a escola por psiquiatras e pela polícia, tirando a parte fictícia é outra realidade que nós desconhecemos.